terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Diário de Bordo: Paris - Parte 2

Perdeu a parte 1? Então clica aqui

28/12/2010 – Terça-feira “Velhos tempos que não voltam mais? Quiçá um dia...”


LUÃ: Wirna não conseguiu dormir direito. Disse que havia sonhado com algo, que não lembra e por esta razão havia acordado antes do que deveria, mas não era pesadelo. Ela acordou antes do relógio e me acordou perguntando se ainda não estava na hora, se o relógio não havia despertado, pois o sol despontava lá fora. Falei que ainda não havia ouvido então ela começou a discutir sobre uma provável teoria para meu estranho ronco, até que “trim... trim... trim...”. Era o despertador!

Creio que isto tudo não passou de tamanha ansiedade para chegar à Disney, pois como a mesma relatou anteriormente, pretendia se soltar e regressar a infância durante àquele dia. De pé, o de sempre, lógico: banho, arrumar mochila. Sem comida no quarto resolvemos tomar café no próprio Formule 1 (3,70 euritos). Café simples: o pão, torrada, manteiga, suco de laranja, café, leite, iogurte de maçã – que Wirna não suportou. Deu para fazer o peso. 

Com tamanha ansiedade, nos descuidamos e esquecemos de preparar aquela quentinha. Estamos na zona dois de Paris. Afastada da muvuca turística do centro. Aqui, mais periférico, residencial, barato. Saímos de trem até uma estação integração com metro, pegamos o metro com destino à estação com integração com o trem que liga até a Disney. Isto tudo deve ter durado uns 40 minutos. No caminho, em razão desta ser uma terça-feira, a correria típica de uma cidade grande, cosmopolita como Paris. 

No trem rumo à Disney era visível a animação de alguns passageiros, a maioria crianças e adolescentes, mas uma chamou atenção especial. Era Wirna. Olhos brilhantes, sorrisos e semblante de criança com vontade de brincar e sonhar. Neste longo caminho aproveitamos para entrar no clima de regresso à infância. Contamos histórias, piadas. Lembranças de um tempo não muito distante e que nos deixa imensa saudade.

Finalmente, após 45 minutos num trem, chegamos a ultima estação. Subimos as escadas apressados pois estava próximo às 10h. Logo ao sair da estação é possível visualizar os portões da Disney. Muita gente se espremendo para entrar num pequeno portão. Muitas crianças, famílias, adolescentes, jovens. De inicio passamos por uma revista. E nesta hora demora um bocadinho. Logo em seguida vamos para outra fila um pouco menor para comprar os bilhetes. Quando chegou nossa vez Wirna correu e pediu à atendente dois bilhetes para os dois parques. Só tive tempo de tirar o cartão e entregar. 

Wirna caminhava pulando, com um sorriso imenso e aproveitava para lembrar-se da primeira vez que entrara naquele parque, em 2005, com seu pai e sua irmã. Ela pegou em minha mão e saiu me puxando, às pressas, rumo a Space Montain, montra russa que havia ido em 2005 e que achara muito boa. Lá, a triste surpresa de que encontrava-se fechada por problemas técnicos. Ficou entristecida, mas insistiu em fazer a foto “pa dizer que fomos”. Continuamos o passeio. Ao fundo músicas temáticas deste mundo do simulacro.

[a parte Desde que cheguei a Paris, não sei ao certo porque, mas ando bastante inspirado sociológica e filosoficamente. Começo a lembrar de algumas referências e na Disney não poderia ser diferente. A observar à Disney veio em minha cabeça autores como Baudrillard, Guy Debord, Foucault e Bourdieu (todos franceses). É tudo um mundo de simulações, símbolos e espetáculo.]

Passeamos por alguns parques temáticos dentro da Disney. Paramos nos Piratas do Caribe e resolvemos fazer um passeio. Esperamos bastante numa fila, mas no fim valeu a pena. Um passeio de barquinho por dentro de umas ruínas com temas do filme, inclusive no passeio há uma quedinha e Wirna acabou molhando-se. 

Ao sair resolvemos ir logo para o parque da Universal, pois este fecha mais cedo que a Disney, às 19h. A Universal parece ser mais dinâmica e de um público mais velho que na Disney. Outra observação é que possui um número maior de brinquedos de aventura. Corremos para uma montanha russa com tema de rock’n’roll, da banda Aerosmith. A procura era imensa, por isso ali havia uma maquina que emitia bilhetes que marcavam a hora em que você deveria retornar para entrar no brinquedo sem grandes filas (Fastpass) Aproveitamos para fazer isto em outro brinquedo, a torre de terror. Como no agendamento que fizemos do brinquedo tínhamos um vácuo de duas horas e meia, resolvemos ir num brinquedo que possuía fila normal. Era um brinquedo no parque do Toy Story. Um carrinho de controle remoto que se movia de um lado para o outro em forma de U. Wirna observou que parecia o tapete mágico do centro ITA. Vimos muitas crianças na fila e por esta razão concluímos que aquele seria um brinquedo inocente. Resolvemos entrar e nos divertir um pouquinho. Entramos no brinquedinho, colocamos a proteção. Wirna estava tremendo de frio e de nervoso. Realmente não sabíamos o que vinha pela frente. De repente ele subiu até uma ponta onde todos ficavam de costas, quase a 90°. Premeditei que a seguir viria uma veloz descida e alertei Wirna para segurar seus óculos. Então o bicho desceu com tudo em alta velocidade e subiu até a outra extremidade como se fosse nos lançar em direção ao espaço. Aí o bicho pegou! Voltou pra trás ainda em alta velocidade e assim repetiu umas cinco vezes. Fiquei estático, não de medo, mas de surpresa como aquele que parecia ser um inofensivo brinquedo, cheio de criancinhas fosse capaz daquilo. Virei-me ao lado, olhei para Wirna e esta paralisada, como uma estátua. Ela não gritava nem se mexia. Nada! Próximo ao fim, ainda naquele frenesi resolvi gritar: uhuuuuuu! Até que acabou. Olhei para Wirna. Estava branca de pavor, não conseguia se mover, nem sair do brinquedo. Não acreditava naquilo. Muitos “éguas” foram  ditos: admiração, surpresa, medo... Depois risos e promessas de que nunca mais pretendia voltar naquele brinquedo louco. Fotos para posteridade. 

De lá passeamos no parque da Universal, muitas fotos. Como ainda tinha tempo para o brinquedo que havíamos reservado, então aproveitamos para relaxar assistindo à um show no Animagique. Um teatro onde Donald e Mickey protagonizavam uma viagem do Donald pelo mundo Disney. Depois seguimos para a montanha russa. Esta foi mais tranqüila e divertida. Muitas luzes, rock e dois loopings. Na foto que compramos ao final, saímos de mãos dadas. Wirna aparece com biquinho de choro, eu com sorriso. Para o próximo brinquedo ainda tinha uma hora pela frente, então fomos assistir outra apresentação, dessa vez no Cinemagic. É uma apresentação sobre a evolução do cinema e o mundo Disney. 

Logo chegou a hora de curtir o brinquedo torre do terror. Wirna tinha ficado traumatizada com o primeiro brinquedo então resolveu não ir. Fui sozinho. O brinquedo é num cenário de hotel. Conta-se a história deste, de uma família que morreu após um trovão atingir o prédio fazendo o elevador cair. O elevador sobe devagar, para em alguns andares, sobe mais e então temos a visão de toda a Disney e ele despenca. Isto acontece duas vezes.

Escureceu. Voltamos à Disney e resolvemos curtir um passeio pelos parques. Paramos no parque das princesas. Andamos de carrossel, xícara da Alice no País das Maravilhas, nos trens do Pinóquio e da Branca de Neve. Notamos que ao escurecer as crianças a mais tempo (adultos) são maioria. 

Assistimos a um desfile com os personagens da Disney, muito bonito, especialmente o Castelo, que ficou completamente iluminado. Deixou Wirna feliz e emocionada. Entramos na Disney 10h e saímos de lá ao fechar, 22h. Estávamos exaustos, com dores. Pegamos trem, trocamos para o metro, depois trem novamente. Esta viagem demorou mais de uma hora. Chegamos na estação do hotel quase meia noite. Ainda nem tínhamos almoçado. Apenas comido bolacha, pão e chocolate. Encontramos um mercadinho aberto, compramos frutas, pão e coca-cola. Tínhamos um queijo desde a Bélgica. Fizemos sanduiches, comemos fruta, tomamos coca. Fomos dormir mortos, porém satisfeitos por fazer esta viagem à infância.
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Diário de Bordo: Paris Parte 1

O post de hoje e os seguintes sobre viagem, contam a minha passagem com o meu noivo por Paris

"27/12/2010 – Segunda-feira - Bruxelas/Paris


Acordamos às 5h45. Banho, café, colocar o que falta na maleta e sair. Pegamos o metrô e descemos na Brussels Noord, chegamos na Eurolines às 6h55 e apesar de nosso ônibus ser o das 8h, na hora do check in, o rapaz me informou que havia outro ônibus para Paris que sairia em 5 minutos. Pirei o cabeção, e na hora de tirar as passagens da mochila, que estava nas costas do Luã, coloquei minha gravura “O Quarto” do Van Gogh em cima da bancada, quando o cara disse que o ônibus já ia sair, peguei o papel da passagem e saímos correndo. 

Tive uma pequena discussão com o motorista que não falava nada de inglês nem francês, porque o rapaz do guichê não havia me dado os boarding pass, mas ele não me deu porque o ônibus já ia sair. Bem, depois que tudo foi esclarecido, entramos no ônibus e após uns 20 minutos da partida, dei por mim que havia esquecido a gravura do Van Gogh em cima da bancada do guichê. Não acreditei. Fiquei arrasada e comecei a chorar. Égua, fiquei muito mal, disse ao Luã que nunca mais eu iria comprar uma gravura, enfim foi o maior drama (típico de uma pisciana)

O motorista que nos guiou até Paris era muito engraçado e parecia ser do Leste Europeu, devido a língua que ele falava. Ele veio escutando e assobiando músicas árabes a viagem toda! Fumava dentro do ônibus, comia tangerina, a maior avacalhação. Na chegada à Paris ele colocou Michael Jackson (Billie Jean, Beat it, Thirller) e aumentou o volume fazendo todo mundo que estava dormindo, acordar. Foi hilário. 

Chegamos numa Gare longe pra dedéu, tiramos/compramos a Carta Orange que agora de chama Navigo Decouverte (bilhete de Metrô, RER e ônibus válido por uma semana, sem limite de viagem), pegamos o metrô depois um RER (C) para chegarmos ao hotel (Formule 1, na zona 2 de Paris). Nos batemos um pouco para chegar até lá, pois pelo que deu para entender estamos na “Ananindeua” de Paris. Fizemos o check in no hotel, deixamos as maletas e fizemos uma nova “viagem” para ir à Île-de-la-cité. 

Chegamos na Notre Dame por volta de 14h30, como sempre, lotada do lado de dentro e de fora. Luã encontrou uma professora da UFPa, como é que pode uma pessoa encontrar outra em outro continente? Êta mundo pequeno!! Fizemos fotos externas e encaramos uma rápida fila para entrar. Luã se encantou com a Notre Dame, realmente ela é muito bonita, fiz várias fotos. Destaque para os vitrais e rosáceas encantadoras. Resolvi não subir os 350 degraus para ver as gárgulas de perto, meu joelho agradeceu. 

Do lado de fora, um cara nos vendeu 10 chaveirinhos da Torre Eiffel por 3 euros!! De lá seguimos para a Saint Chapelle. Uma fila enorme! Estrondosa, burocracia de metal para entrar, afinal ali funciona integrado o Palácio da Justiça. Custaria 8 euros, mas como sou européia (portuguesa) e tenho menos de 25 anos, foi grátis, viva o governo francês!! Como estava quase para fechar, a moça da bilheteria deixou-nos passar sem pagar eu e o Luã =D demos sorte. Quando entrei fiquei maravilhada com a beleza daquele lugar, uma coisa magnífica! Nem sei descrever, só sei que é repleta de flor-de-lis, muito azul e vermelho-terra e vitrais do  século XV. Filmamos e fotografamos até o rapaz nos expulsar porque já ia fechar. Comprei uma caneta e Luã marca-livros.




Já estava escurecendo, admiramos a Saint-Chapelle por fora e seguimos  para o Quartier Latin, onde vimos a Sorbonne e a figura de Auguste Comte. O Panteão não deu, assim como o Jardim de Luxemburgo. A fome bateu e fomos almojantar num restaurante chinês (após muita procura) com menu a 8,30. Fiquei bastante satisfeita. Seguimos de volta para casa, no RER C que pegamos na estação St-Michel. Vimos a Torre Eiffel iluminada de dentro do trem, linda demais =D Chegamos no hotel por volta de 20h. No quarto não há banheiro nem chuveiro... esse é o preço de pagar barato! Meu teclado está com a tecla da vírgula travosa e isso me deixou incrivelmente chateada, pois preciso esmagar a tecla para que a vírgula apareça. Amanhã pretendo esquecer que sou adulta, e virar criança na Disney!"
domingo, 19 de dezembro de 2010

Amsterdam - Parte 2 “Dialéticas, neve, cores e história”

Continuação da nossa visita à Amsterdam. Perdeu a primeira parte? Então clica aqui!

Luã: O dia anterior fora estafante, entretanto muito gratificante. Vivenciar a experiência de um país realmente liberal, ousado e moderno, nos faz refletir sobre a formação cultural de nosso povo. Seriamo-nos atrasados ou estes adiantados demais? Seria esta uma terra de oba-oba, sem Lei ou a favor de seus cidadãos? A dialética torna-se uma constante... 

Logo de madrugada acordei com o barulho que alguns transeuntes faziam: “Hey guys, hey guys”. As vozes aparentavam ser de uma jovem entusiasmada, talvez pelo álcool ou outras substâncias. Era 4h por aqui e como a janela fica em frente à cama, resolvi olhar o tempo lá fora, e foi nesta hora que me surpreendi ao ver flocos de neve caindo lenta e calmamente. 

Acordamos mais uma vez as 8h e o dia tentava amanhecer, com bastante preguiça. Tomamos banho e seguimos para a Estação Central para tomar café naquele mesmo lugar do dia anterior. Dessa vez Wirna resolveu experimentar aquilo que julgo ser café com leite. Ela também não encontrou sabor, mas disse que este era melhor do que tal cappuccino. De acordo com as informações, para chegar até o local programado para o dia, deveríamos pegar o trem nº 2 ou o nº 5. Uma policial jovem, loira e com um piercing na língua apontou a direção do ponto. Seguimos viagem, usando nosso I Amsterdam Card, e presenciamos, pela quantidade de neve, um congestionamento de trens. Finalmente chegamos ao destino e quando descemos a sensação de temperatura negativa.      


Sinto-me como se estivesse dentro de um desses quadros, encharcado nessa quantidade de aquarela. É isto! Pinceladas diferente, cores vivas, intensas, bastante tinta na tela. Como será que fazia para não manchar suas obras? Retratos do cotidiano de uma gente comum, o que me lembra outro cara que sou apaixonado (Portinari). Também auto-retratos (27 ao todo), assim como paisagens e, no inicio da atividade, uma natureza morta, fechada, escura. Este é Monsieur Vincent Van Gogh: holandês, que viveu na França, foi sustentado pelo irmão Theodore (Theo), morou numa casa amarela com Gauguin, deprimiu-se, cortou a orelha, internou-se e suicidou-se. Estas foram às informações apreendidas no tour pelo Van Gogh Museum, num distrito que possui outros dois famosos museus holandeses: Rijks Museum e Stedelijk Museum. 

No Van Gogh Museum, nos deliciamos ao admirar obras como Os girassóis, Os comedores de batata, A casa amarela, Campo de trigo com corvos, A bota, também obras de Monet, Rodin, Toulouse-Lautrec, Gauguin, dentre outros. Wirna frustrou-se quando leu uma placa que informava a ausência da obra O quarto de Van Gogh, pois a mesma estava numa exposição no Japão. Ao final do passeio tentamos nos conter no Van Gogh Shop Museum, comprando apenas lápis, marcadores de livros e Wirna aproveitou a promoção (3,50) de uma gravura do “Quarto”, que deduzimos ser mais barata devido ao quadro não estar exposto como deveria. 

Atravessamos uma praça cheia de neve até o Rijks Museum. Lá dentro, quentinho-quentinho, iniciamos o passeio neste que expõe obras do período identificado como Século de Ouro Holandês. De inicio pinturas, pratarias e cerâmicas que retratam a expansão holandesa no mundo. Ali, muitas obras que retratam batalhas e glórias holandesas. Numa sala, casa de bonecas do século XV, que retratam o modo de vida dos ricos da época, o que deixou Wirna e seu jeito moleca com vontade de brincar. A partir do segundo piso apenas pinturas, de figuras como Jan Steen, Frans Hals, Vermeer, Rembrandt e Gabriël Metsu. Devo confessar que minha atenção tende à obras que exploram cotidianos, expressões faciais evidentes e coisas anormais, demonstrando uma aparente ruptura ao tradicional. Por esta razão, meus destaques ficam, na ordem – pelo menos neste museu – com Gabriël Metsu, Frans Hals, Vermeer e Rembrandt. 

Wirna: Após a visita, tivemos que novamente nos conter na lojinha, até porque está era muito mais cara do que a do Van Gogh, seguimos rumo ao Stedelijk Museum que está sem o acervo permanente em virtude de restauro. Decidimos dar um pulo na Heineken Experience, e visitamos a lojinha, na qual o Luã adquiriu um caneco de cerveja. Eu não comprei nada porque achei tudo um absurdo (sem exagero!). O frio tava de lascar, eu mesmo bem agasalhada tava me tremendo toda, por isso, aproveitamos e pegamos um tram (metrô de superfície) de volta para casa. Na Centraal Station fomos pegar informações trem para Brugge, onde comemos um kroket (croquete) de um eurito. No caminho do hotel descobrimos um supermercado à lá Pingo Doce de Portugal onde compramos o jantar. Chegamos ao hotel, comemos, fizemos contas ($) e em seguida tomei banho e lavei cabelo. Enquanto Luã escrevia a primeira parte do relatório, fiquei encaixando novos lugares no roteiro, e lendo as outras vantagens do I Amsterdam card, que inclui um abridor da outra Heineken, o museu do Rembrandt, um croquete grátis, etc.
sábado, 18 de dezembro de 2010

Amsterdam - Parte 1 “Com neve, só depois das 9h”

18/12/2010 – Sábado – “Com neve, só depois das 9h”

Luã: Como no dia anterior dormimos tarde, então resolvemos acordar às 8h, ainda 7h em Portugal. Sem saber acertamos, pois em tempos de neve o dia começa mais tarde do que o normal: 9h da manhã.  Conforme informações colhidas na noite anterior, seguimos à Estação Central (de trens) para tomarmos nosso café da manhã. Logo percebemos que as coisas para estas bandas não são baratas como em Portugal, mas como tudo na vida tem um preço e de graça nem o pão, nem a cachaça, então resolvemos desencanar. O café custou 5 euritos (2,50 pra cada), onde eu comprei uma pizza e Wirna um sanduiche de queijo. Avistei uma máquina de café, então resolvi perguntar, não sei como, para a atendente qual era o valor. Lembro-me apenas dela informar que podíamos ir lá e pronto. Chegamos, uma moça ainda servia-se de café. Ao final, resolvi tomar a iniciativa e apertar um botão qualquer, na verdade, o mesmo que a moça havia apertado anteriormente. Estava em nederlandês, pior do que nunca, mas eu gostaria de saber o preço, quando mais que de repente a máquina começou a processar e a derramar café. Imediatamente peguei um copo e coloquei na direção de onde saia o liquido quente. Wirna e a moça começaram a rir do susto. Moral da história, descobrimos que o café ali é grátis. Ficamos muito felizes pela subtração de uma despesa. Tomamos nosso café calmamente num corredor da Estação, lembrando da situação. Em seguida fomos até ao VVV (Turist Information) que havia ali próximo a Estação. 

Wirna: como Luã já disse, nada (ou quase nada) aqui é de graça, por isso tivemos que desembolsar 2,75 euritos pelo mapa, mas pelo menos já dava pra se situar nessa loucura que é Amsterdam. Seguimos para a Dam Square, mas no caminho Luã deu uma escorregada na calçada totalmente tomada pelo gelo, e quase se abosta cai no chão, eu dei um grito e segurei-o, outros caras na rua ficaram rindo, e na mesma hora Luã começou a rir e eu fui rindo junto, foi realmente hilário, uma quase videocassetada. Ainda no caminho, passamos pela “Bleurs Plein” onde tem um painel enorme escrito “I Amsterdam” (com o detalhe em vermelho), onde fizemos trocentas fotos, inclusive com o timmer (foto bate-e-corre-pra-aparecer-também).  Na praça, o primeiro susto, a DAM (tipo Sé) estava fechada para restauro.. PQP! O jeito é visitar a Niewe Kerk.. mas esta só abria às 11h e o preço era 12 euros, portanto, começamos a pensar na possibilidade de comprar o “I Amsterdam card” que também engloba os museus de arte que são todos caros, além de transporte público. 



Foi quando avistamos o Madame Tussauds, que estava a abrir... mas decidimos ir em visitar em outro momento, com mais calma. Seguimos então para a Oude Kerk e já no caminho inevitavelmente passamos pelo Red Light District, onde algumas raparigas já estavam se exibindo.. é “a mais antiga das profissões aqui começa cedo”, foi a frase do Luã. Minha avaliação é que ele como qualquer pessoa que nunca viu neve ficou doido quando viu, no caminho até fotografei-o comendo neve. Bem, voltando ao tema, algumas prostitutas que vimos eram gorduchas e não estavam nem aí, tem gajo que gosta de todo jeito né?! Bem, a Oude Kerk também só abria às 11h e então decididamente retornamos ao Tourist Information e adquirimos o “I Amsterdam card”(48 euros), na hora deu pena, mas depois fiz as contas e seria um bom negócio, quando dividido pelos dias, sem contar que ainda engloba um passeio de barco holandês, pelos canais da cidade. 

Voltamos para visitar a Niewe Kerk (Nova Igreja que é paga, mas com o “I Amsterdam card”) é de graça, lindona, erguida no século XV, caracterizada pelo que constatei ser gótico, mas li que era gótico tardio. A igreja foi reformada ao longo do tempo e até hoje é palco da coroação dos reis da Holanda. Tem um belíssimo púlpito, em madeira talhada, com os 4 evangelistas, as virtudes (justiça, fé, amor e não lembro a outra, me fugiu agora), tem também um órgão espetacular, lindo demais. Na verdade ela não funciona mais como igreja, mas com exposições temporárias, das quais está em cartaz uma de arte islâmica que demos uma espiada. 

De lá, voltamos mais uma vez à Oude Kerk (Velha igreja - ah, é tudo perto mesmo – essa igreja também é paga, mas usamos o card de novo), e com uns papéis-guia que a senhora nos deu fomos olhando os vitrais, as pinturas no teto, que por sinal estão se acabando (apagando), restauro urgente! Vimos ainda um único arco pintado, dentre os outros, que simbolizava o céu, tendo inscrições do sol e da lua. Ambas as igrejas, Oude e Niewe são protestantes, e por isso tem uns motivos bem diferentes das igrejas católicas. Em ambas vimos também, para todos os lados as três cruzes de Santo André, que é o símbolo do país. Como a DAM estava fechada, pela programação só faltava o  Red Light District, mas o Luã só queria ver mais tarde (a verdade é que ele queria ver de noite, a sacanagem). Então resolvemos usar o card para o passeio de barco, afinal, naquela hora (14h) abriu um solzinho tímido. 

Por sorte chegamos na hora que um barco ia saindo, o barco é estilo holandês, e todo fechado, com calefação, o que me deixou muito feliz, pois eu estava parecendo a rena encantada do papai Noel com o nariz completamente vermelho de frio. No barco tem uma gravação que vai explicando em holandês e inglês, que eu traduzia em português para o meu novo aluno de inglês, o pretinho. 

O passeio foi espetacular, lindo mesmo, o barco vai bem devagarinho, nem deu para eu ficar com medo. Passamos pelo Canal Singel, pelo Amstel (os famosos), pelos pequenos canais, enfim, tudo, a gravação explicou a arquitetura torta para frente das casas, mostrou o museu da Anne Frank, as igrejas que já havíamos visitado, quando de repente entramos num canal muito, muito estreito para o barco e este encostou, foi aquele susto, mas pelo que logo vi, é batidinha normal, e faz parte da emoção. Pena que durou somente uma hora. 






Já começara a escurecer (4h30) e nos dirigimos ao Museu da Cannabis (em português brasileiro: Museu da Maconha) que fica no Red Light District, mas ao chegar vimos que era bem pobrinho, e o card não valia para ele, como eram 5 euros, decidimos não ir. Fomos passear para o Luã ver as moçoilas se exibirem nas vitrines, como brasileiro esperto que é, tentou filmar as raparigas mas elas se esconderam atrás da cortina. 

Só que ele não desistiu e conseguiu filmar de longe, usando o zoom, enquanto elas negociavam o serviço com um gajo. Andamos a Oudezijos Acheterburg (rua principal onde rola a sacanagem) de cabo a rabo, e algumas delas usavam a luz neon pra destacar seus biquínis que deixavam o rêgo aparecendo indecentes. De lá, fomos passeando e vendo lojinhas de souvenirs, os canais, batendo fotos, enfim, passeando pela Amsterdam “de noite” (mas que ainda era tarde) 

Numa dessas lojas de souvenirs Luã quis chupar um pirulito verde (supostamente de cannabis), eu tive muito receio, e então perguntei à moça que atendia ali e ela me disse que o pirulito não dava efeito alucinógeno, era apenas para feel the flavor (sentir o gosto), eu disse a ela que eu estive aqui há 5 anos atrás e uma senhora me disse que o pirulito deixava a gente doidão, ela negou categoricamente e disse que não deixava, sendo assim, chupamos nossos pirulitos verdes sem medo de ser feliz, e de fato, não senti nadica de nada, parece um pirulito normal, com gosto de limão (Luã: parece limão com cheiro de cannabis). 

Passamos num mercadinho perto do hotel e compramos um lanchinho, pena que no hotel não tem frigobar e por isso nossas opções ficaram restritas ao biscoitinho salgado, TUC, um quadradinho de requeijão Gouda, coca e uma cerveja Grolsch (holandesa). No hotel, após banho, descemos para usar a internet, pois o sinal não chega no quarto,Luã fez o relato de ontem, e enquanto eu relatava o de hoje, ele voltou o mercadinho e mandou ver em uma latinha de Amstel  (outra cerveja holandesa), tá parecendo com quem? Com quem? Corto meu pescoço mas não digo quem é (W3) hahahaahahaha. Vou entrar no skype e depois dormir, pois iremos a 3 museus amanhã!

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